Se eu perguntar hoje quem senta no trono de ferro no final de Game of Thrones, você saberia responder? Não, né! Pode até ter um palpite, mas saber mesmo, só no próximo domingo! Agora, se eu perguntar quem tem o trono da capital do café nos EUA fica mais fácil, certo?
– E o título de capital do café nos EUA vai para: Seattle!!! ♕
Tudo bem, Seattle não é King’s Landing, capital dos sete reinos, muito menos é o assunto do momento no mundo, mas bem que a coroa de capital do café lhe cai perfeitamente! Se você já leu um pouco sobre a cidade, já deve ter se deparado com algumas das legendas:
- “Seattle é a meca do café nos EUA”
- “Seattle é a cidade americana do café”
- “Seattle é a cidade mais cafeinada dos EUA”
- “Seattle é uma das cidades mais fanáticas por café no mundo”
Seattle, a capital do café nos EUA
Se há uma cidade americana que está sempre à frente no “assunto café”, é Seattle. Os seattleites são apaixonados pela bebida e consomem mais café do que qualquer outro cidadão americano. A cidade é conhecida por sua cultura proeminente de café e sua grande concentração de cafeterias.
Tenho cá comigo (e muita gente concorda) que tudo começou com a Starbucks: o novo conceito de tomar café e a proposta de transformar a cafeteria no “third place”, deram o ponta pé inicial.
Juntando isso à “paixão” do seattleite pela bebida, dá para entender como a cultura do café reina soberana na cidade. É bem assim: uma coisa leva a outra e, tudo junto, faz de Seattle a capital do café nos EUA.
Vamos aos fatos!
1. Casa da Starbucks
Foi em Seattle que nasceu a Starbucks! A maior rede de cafeterias do mundo abriu sua primeira loja em 1971 no mercado público da cidade, o Pike Place Market.
Começou vendendo grãos de café torrado, mas na década de 80 influenciou a forma de se tomar café nos EUA e colocou Seattle no centro de uma transformação global. Era o início do café no copinho e da cafeteria como o terceiro lugar em que as pessoas se reúnem para passar o tempo, atrás somente da casa e do trabalho.
Quem diria que ela iria conquistar o mundo com o seu café no copinho!
São mais de 20 mil lojas espalhadas por cinco continentes, só em Seattle mais de uma centena delas, inclusive sua loja original que continua funcionando na rua do mercado. Veja Starbucks Seattle.
2. Pioneira nas ondas do café
Há quem diga que foi em Seattle que nasceu a 2ª onda do café, e que a Starbucks foi um marco para isso, dando início ao surgimento das redes especializadas. O setor ficou mais profissionalizado e o hábito de se tomar a bebida um pouco mais sofisticado.
Além disso, a máquina de café expresso popularizou o consumo da bebida e incentivou novos negócios. Muitas cafeterias foram abertas e tornaram-se o grande símbolo dessa onda do café.
Com o aumento da concorrência, vieram mais inovações. O café recebeu incrementos em sua fórmula tradicional, como a introdução do latte (o leite na mistura), do chantilly e de outras especiarias. Deu-se início à cultura de adoração e gosto pelo consumo em diversos formatos.
Mas não pára por aí…
Em Seattle as pessoas são muito inquietas e curiosas, elas se interessam por experimentar novos sabores e tentar coisas novas. Mais ainda, se interessam pela história e procedência das coisas que comem e bebem. Eis que surfam a 3ª onda do café!
Essa 3ª onda trouxe cafeterias menores independentes, com um cuidado minucioso quanto à qualidade dos grãos, ponto de torra e método de preparo.
Aqui, vale citar a Victrola Coffee, que nasceu da paixão dos donos pelo jazz e pelos cafés de qualidade, e hoje é uma das cafeterias mais reconhecidas da cidade. Uma delícia!
A essa altura da história, até as grandes redes de café tiveram que se adaptar. A Starbucks, por exemplo, em dezembro de 2014 surgiu com a Starbucks Reserve Roastery, uma loja conceito onde você acompanha todo o processo de fabricação do café, desde a torra até a xícara (ou copo!).
Essa é uma mudança que já vemos totalmente em prática por aqui! Ao mesmo tempo, já há quem fale na 4ª onda do café… Aguardemos cenas dos próximos capítulos.
Bikini Barista
A cidade vive lançando moda no setor. Uma bem curiosa é o Bikini Barista, muitas vezes chamado de Sexpresso. Nesse modelo de negócio você é atendido por uma pessoa com pouca roupa (um biquíni ou lingerie) que prepara e serve o café.
Teve origem em Seattle no início dos anos 2000 e hoje está espalhado por toda cidade. Normalmente são lugares pequenos, feito stands ou trailers que usam o esquema drive-through. E, geralmente, adotam nomes excitantes (dá para imaginar o porquê! 😀 ).
O seattleite é mesmo “fora da caixinha”!
3. Paixão por café
Fato! Por aqui, as pessoas são literalmente “viciadas” em café. A bebida faz parte do dia a dia da cidade. Você vê bebedores de café em todo lugar: ruas e calçadas, estacionamento, shopping, cafeterias, em casa, no trabalho, em drive-through e até mesmo os que pedem delivery!
Expressões do tipo “I love coffee” e “Coffee is life” são comuns por aqui.
4. Consumo do café
Seattle tem o maior consumo per capita do café no país. As pessoas consomem mais a bebida do que em qualquer outra cidade americana. Tem um estudo que diz que na capital do café as pessoas gastam em média US$36 por mês com café.
5. Concentração de cafeterias
É quase impossível passar por um quarteirão em uma área comercial de Seattle sem passar por uma cafeteria. E não é somente a sereia verde da Starbucks que reina não. Ela é apenas uma pequena parte da cena do café em Seattle.
Tudo bem, é a parte mais famosa dela, mas nem de longe a mais adorada pelos seus moradores. Há quem diga que a Starbucks virou quase uma “versão McDonald’s” para o café, e que o seattleite “da gema” não gosta dela. Para ele, quanto menor e mais local a cafeteria, melhor.
Faz sentido quando reconhecemos que Seattle gosta de se ver como legal e alternativa.
Outro dito popular por aqui é que: ou você ama, ou você odeia a Starbucks. Eu faço parte dos que amam! E você?
Fato é que, muito além da Starbucks, a capital do café nos EUA é cheia de cafeterias independentes de alta qualidade que ajudam a manter a cultura do café na cidade.
São várias: Victrola Coffee, Fonté Café, Caffe Ladro, Caffé D’Arte, Ghost Alley Espresso, Elm Coffee, La Marzocco e tantas outras. Impossível relacionar todas. Cada uma mais gostosa que a outra! Eu adorava Tullys Coffee, uma pena que fechou.
Um estudo recente, divulgado pelo Apartment Guide, identificou as cidades da América com o maior número de cafeterias per capita. Segundo ele, Seattle tem um café para cada 2.308 habitantes.
6. Centro mundial de torrefação de café
Os EUA são os maiores consumidores de café do mundo, mas não produzem café. Quando se trata do cultivo dos grãos, nós, brasileiros assumimos a dianteira! Afinal, o café é tradicionalmente cultivado nas regiões tropicais próximas à linha do equador.
Para os americanos não sobra alternativa senão a importação. Eles são, inclusive, os maiores importadores de cafés especiais do Brasil.
No entanto, falou de processo e otimização de produção, aí, é com eles mesmos! Não seria diferente com o café. Juntando isso à quantidade de torrefadores que temos por aqui, Seattle é considerada um centro mundial de torrefação de café e gerenciamento da cadeia de fornecimento de café.
7. Cultura proeminente de café
Os americanos têm um jeitinho próprio de consumir o café, é o american way to drink coffee. Mais do que uma bebida deliciosa, o café é um estilo de vida.
Todo morador de Seattle que se preza gosta de um belo café. Mais que isso, a cafeteria é usada para fazer uma reunião, ler um jornal, estudar ou somente ver gente. Beber café em Seattle é socializar!
Um tempo atrás assisti uma entrevista com um dos donos do Victrola Coffee de Seattle em que ele falou: “A paixão pelo produto, aliada ao grande número de cafeterias espalhadas pela cidade, criou uma cultura de constante aprimoramento através da competição e da camaradagem“.
Resume bem a cultura do café por aqui.
Quando Seattle ganhou a coroa de capital do café?
Eu confesso que não sei muito bem a ordem dos fatores. Acho que a Starbucks apertou o botão “start”, mas depois, o que leva ao que, eu já não sei. É uma roda que não pára de girar: gosto pela inovação, paixão pelo café, alto consumo da bebida, muitas cafeterias, forte cultura do café…
Fato é que, como boa engenheira que sou, a ordem dos fatores não altera a soma e Seattle é a capital do café nos EUA.
Quem já foi rei nunca perde a majestade!
Falei mais acima de uma pesquisa recente do Apartment Guide que identificou as cidades da América com o maior número de cafeterias per capita. O relatório, intitulado “As 10 Melhores Cidades para os Amantes do Café na América”, indica que Seattle não é mais a cidade mais cafeinada dos Estados Unidos!
– Oi? Como é??? 🤔
O estudo sugere que as cidades do Noroeste do Pacífico continuam dominando o ranking, mas indica também que Seattle não reina mais soberana e está em 4º lugar. -Que surpresa!
Segundo a pesquisa, Berkeley-CA (com 2.073), Vancouver-WA (com 2.224) e São Francisco-CA (com 2.297) derrotaram Seattle, que tem 1 cafeteria para cada 2.308 habitantes!
Tudo bem, a disputa não é tão sanguinária quanto à do trono de ferro de Game of Thrones, mas é uma bela disputa assim mesmo! E, para mim, Seattle nunca vai perder a coroa de capital do café nos EUA.
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